Projectos Locais

Implementaçao de Projectos locais

 

A experiência tem demonstrado que, os projectos ditos alternativos, exactamente por serem "diferentes", podem causar resistências mesmo naqueles que, teoricamente se sentem atraídos pela ideia.

Os projectos das Mães de Transição, com as suas Famílias de Transição, são muitas vezes alternativos, e no entanto envolvem, precisamente, o que de mais privado e protegido cada uma tem: o quotidiano familiar, nuclear, doméstico, os filhos, a família, a casa, as rotinas, a chamada "área de conforto" mesmo quando a "área de conforto" está cheia de vazios e disfunções, ou simplesmente de mais riqueza humana, viva, feita de pessoas afins.

Por isto, a aposta em projectos alternativos, não se inicia partindo do projecto para as pessoas, mas das pessoas para os projectos, numa sequência que parte de coisas simples, encontros e passos no sentido das bases de confiança que irão resultar, consequentemente, no sucesso desses mesmos projectos.

Algo como:

 

Arriscar -> Encontrar

Encontro pontual -> Encontros regulares locais

Encontros regulares locais -> Gradual fortalecimento de laços de afinidade e confiança mútua

Partilha de sonhos -> Partilha de projectos

Partilha de projectos -> Juntando possibilidades e competências

Projectos locais em funcionamento

 

Ou, para os que simplesmente (e já é uma riqueza) pretendem a família alargada de enquadramento afectivo basta ir seguindo um caminho que se vai fazendo de forma natural quando se aceita dar passos empáticos na direcção dos outros.

Estamos habituados a encontrar estruturas feitas. E inscrevemo-nos eventualmente. E usufruímos de serviços, que criticamos ou gostamos. A cultura de fazermos todos parte da edificação de estruturas, usufruírmos e participarmos em igual medida, e deixarmo-nos envolver em novas rotinas, encontros, laços e hábitos; em lugar de exigir e criticar... não está na nossa educação de base, não é como formos habituados a ser.

E no entanto, está na altura.

Também estamos habituados a apostar em projectos pessoais, que queremos ver singrar e que transformam o outro em clientela. Não estamos habituados a ser primeiro parte de uma comunidade ligada por laços humanos profundos, sem publicidade, sem comércio como objectivo primeiro e último.

E no entanto, a curto médio prazo, envolvidos numa comunidade de humanos ligados por relações de aposta quotidiana, rotineira, no dia-a-dia local das mais variadas formas; é mais fácil frutificar. É mais fácil.

Somos humanos

Depois somos família alargada

Depois tornamo-nos eco-aldeia rural ou urbana

Depois somos uma comunidade na qual o que é humano funciona. Porque a cola social desta rede é feita de empatia e sensibilidade inteligente. Não números cegos, não desespero fatalista. Mas sim vida real, tangível, de pessoas reais para pessoas reais.